Ao fim de uma semana, resolvi escrever algumas das coisas em que pensei depois da campanha eleitoral (ou eleitoralista, melhor dizendo) e dos resultados das presidenciais de dia 23.
É curioso que os partidos se tenham envolvido tanto e gasto somas tão absurdas na campanha, quando, segundo a nossa constituição, a candidatura à Presidência da República é apartidária.
É curioso que a campanha tenha sido uma permanente troca de acusações, críticas, insinuações e outras perdas de tempo entre os candidatos.
É curioso que cerca de 53,5% dos eleitores portugueses não tenham ido votar (em números redondos, mais de 5 milhões ficaram em casa).
É curioso que um candidato apoiado pelo PS, pelo BE e pelo PCTP tenha obtido menor percentagem de votos do que quando se candidatou como independente, sem nenhum apoio partidário.
É curioso que a comunicação social e os imensos comentadores que a povoam (e poluem) tenham dado destaque a um candidato que obteve 189091 votos e se "esqueçam" que os votos em branco foram 191284 (já para não referir os 86581 votos nulos).
É curioso que, depois de conhecidos os resultados, os líderes partidários tenham feito a interpretação que mais lhes convinha.
É curioso, que depois disto tudo, os deputados, assessores, secretários de estado, ministros, presidentes e o resto da corja, continuem com ordenados escandalosos.
É curioso que todos os partidos se ataquem mutuamente, mas ninguém fala ou põe em causa os absurdos privilégios de que todos beneficiam.
Depois disto, a melhor conclusão é citar o Eça de Queirós: "Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente, e pela mesma razão."
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